Ao longo do tempo, as mulheres têm reivindicado espaços e exigido a inclusão e igualdade, mas a história mostra que essa conquista não é fácil. A desigualdade de gênero nas instituições e empresas ainda é uma realidade, embora seja crescente o número de empresas que utilizam o empoderamento feminino como estratégia em seus negócios. Ainda são muitas as barreiras para a ascensão das mulheres a cargos de liderança.
Um levantamento da BR Rating, primeira agência de rating de governança corporativa do país, mostra que 42% das companhias contam apenas com homens em cargos executivos e apenas 3,5% das companhias têm CEOs mulheres e 16% têm mulheres em cargos de diretoria.
A mudança cultural é fundamental e possível e cabe a nova geração de profissionais o dever de transformar o mercado de trabalho em um ambiente mais inclusivo e representativo. Uma prova disso é a gestão da prefeita Elisa Araújo, de Uberaba (MG), primeira mulher eleita prefeita no município, onde as mulheres representam 73% de todos os servidores municipais, sendo 20 mulheres em cargos de secretárias municipais e adjuntas, assim como de presidentes na administração indireta. “As mulheres representam 54% do eleitorado de Uberaba. Junto com a Câmara Municipal, estamos fortalecendo as políticas públicas afirmativas em defesa da mulher, não só combatendo à violência, mas também oferecendo novas oportunidades de qualificação profissional”, explica Elisa.
Para Laiz Soares, secretaria da Mulher do Solidariedade em Divinópolis (MG), são vários os fatores que fazem com que as mulheres não ocupem espaços de poder. “Elas são excluídas desses espaços por conta de algumas crenças atrasadas que dizem que as mulheres não eram capazes e não conseguiriam ‘dar conta’ dessas posições”.
É uma realidade que pode e deve ser mudada. “Existem hoje em dia alguns modelos de projetos que buscam reduzir isso cada vez mais, um exemplo é a forma de lidar com a maternidade, é importante que o poder público aprove projetos que ajudam as mulheres a conciliar uma carreira de destaque com a maternidade, como, por exemplo, o projeto de licença parental; um modelo que já é seguido em outros países e em que as famílias podem escolher dividir a licença entre os responsáveis pela criança”, acrescenta Laiz.
A prefeita de São Feliz do Araguaia (MT), Janailza Taveira, conta que o setor público tem a qualidade dos cargos terem a mesma remuneração. Porém, nesses espaços os cargos de chefia são em sua maioria quase sempre ocupados por homens. Logo, quanto mais mulheres ocuparem espaços de poder mais fácil corrigir as diferenças salariais e as outras inúmeras desigualdades que existem dentro do mercado de trabalho.
Em Uberaba, outras iniciativas importantes são postas em prática para que as mulheres mães possam trabalhar com autonomia e, ao mesmo tempo, acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos. “Apoiamos também as nossas servidoras que têm filhos com alguma deficiência. Agora, elas contam com a merecida jornada especial. Para as mulheres de toda a Uberaba que são mães de autistas, já entregamos as primeiras carteirinhas de identificação para garantir que os filhos tenham atendimento prioritário”, descreve a prefeita.
Elisa conta que no começo da gestão, percebia mais explicitamente as tentativas de desqualificar o trabalho das mulheres. “Agora, depois de mais de um ano, com muitas mulheres na prefeitura de Uberaba, na Câmara Municipal e as mulheres nos apoiando cada vez mais, está mais tranquilo” e conclui dizendo: “acredito que uma das formas de lidar com a desigualdade de gênero é o que estamos fazendo em nosso governo, fortalecendo as políticas públicas afirmativas em defesa da mulher, não só combatendo à violência, mas também oferecendo novas oportunidades de qualificação profissional”.
Há, também, outros motivos para a ampliação dos espaços femininos de liderança. São elas as principais responsáveis pelos critérios sustentáveis, sociais, garantia de direitos, de governança e estão preocupadas com a construção de uma geração que se preocupa mais com os impactos do trabalho para a sociedade. É um novo momento onde elas seguem firmes e motivadas por causas e não apenas por suas carreiras.
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