A intolerância religiosa afeta desproporcionalmente as mulheres, pois não apenas questiona suas crenças, limitando sua autonomia, participação política e social, e perpetuando desigualdades de gênero.
De acordo um estudo realizado pelo ISER (Instituto de Estudos da Religião), a intolerância religiosa afeta de forma significativa as mulheres, seja por meio de discriminação direta ou indireta. A pesquisa revela que mulheres de diferentes crenças sofrem com a violação de seus direitos, restrições em suas práticas religiosas e até mesmo violência física e psicológica.
Praticar ações de discriminação ou ofensa contra religiões, liturgias, cultos ou agredir pessoas com base em suas práticas religiosas e crenças também pode ser considerado xenofobia, aversão a estrangeiros e é crime previsto por lei desde 1997, mas ainda é de difícil a tipificação criminal dessa modalidade no Brasil.
Para a gerente de comunicação da Fundação 1º de Maio, Carol Gavino, é preciso investimento em educação para que haja respeito a todos os credos. “A educação é um caminho, mas não é o único. Por isso, faz parte do trabalho da Fundação 1º de Maio ensinar aos nossos filiados sobre liberdade de expressão, preconceitos e estereótipos”.
No mercado de trabalho, o preconceito também é um obstáculo para as mulheres no mercado de trabalho. Veste características do candomblé, mulçumanas ou ao judaísmo, por exemplo, são empecilho para a contratação.
“O dia de hoje, para mim, é muito importante porque lutar contra intolerância, a gente vem lutando e faz tempo, muito tempo. E o que é mais triste é que essa intolerância, ela não passa, ela vem, ela ofende. Ela agride, machuca, assassina, mata, exclui, sob todas as formas”, explica Neli Martins de Souza, presidente do Conselho da Igualdade Racial de Belo Horizonte, coordenadora-executiva do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Tradição de Matriz Africana.
No início da era cristã, os adeptos do cristianismo enfrentaram perseguições. Durante o período de domínio da Igreja Católica, que abrangeu desde a alta Idade Média até o século XVII, perseguiu, condenou e matou o que julgavam hereges.
Durante séculos, as bruxas foram objeto de fascínio, medo e perseguição na sociedade. Na Idade Média e períodos subsequentes, a figura da bruxa foi associada a práticas consideradas heréticas e malignas, envolvendo a magia e a adoração do diabo. Como pena, muitas chegaram a ser torturadas em praça pública e queimadas em fogueiras.
No Brasil, o maior número de denúncias de intolerância religiosa é feita por praticantes de religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé. Seis em cada dez vítimas são mulheres.
E como intolerância tem crescido no Brasil, é importante entender quais as principais práticas sofridas;
- Agressões físicas e verbais;
- Profanação pública de símbolos religiosos, com o objetivo de afetar pessoas daquela denominação;
- Vandalismo de locais de culto, sedes e templos;
- Recusa à prestação de serviços nesses locais;
- Restrição de acesso a locais públicos ou coletivos por conta de fatores religiosos.
É trabalho do Solidariedade Mulher garantir o respeito à liberdade de crença de todas as mulheres, da promoção da tolerância, respeito. Se você conhece alguém que sofre com a violência religiosa denuncie ao Disque 100, canal para denúncias de violações de direitos humanos,