De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres representam mais de 53% da população brasileira. Em termos educacionais, continuamos avançando. Somos a maioria nas universidades e ocupamos cada vez mais espaços de destaque no mercado de trabalho.
Por outro lado, a violência de gênero ainda é uma realidade preocupante no país, com altos índices de agressões e feminicídios. Uma solução se encontra na ampliação da presença feminina nos cargos de poder, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e suas necessidades atendidas.
Um estudo do Portal Conjur (Consultor Jurídico) apontou que, atualmente, há no Congresso Nacional 13 leis sobre proteção à mulher que precisam ser efetivadas em 2024. Precisamos de mais mulheres na política para lutar para que essas pautas não sejam esquecidas ou deixadas em segundo plano.
Aprovar essas leis é apenas o primeiro passo, a verdadeira transformação social e de comportamento coletivo ocorre quando as medidas forem efetivamente implementadas”, enfatiza a deputada federal (PE) Maria Arraes.
Dados alarmantes revelam que a violência contra a mulher persiste como uma triste realidade em nosso país. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mais de 18 milhões das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica. É só observar como a Lei Maria da Penha, prestes a completar 18 anos, reconhecida internacionalmente como uma das legislações mais eficazes na luta contra a violência feminina ainda precisa ser fortalecida e ter uma melhor implementação, não só no que diz respeito à repressão, mas, sobretudo, quanto às medidas preventivas de crimes.
A presença feminina nas esferas de poder político tem sido alvo de intensos debates, com a exigência de maior representatividade e participação ativa das mulheres. De acordo com levantamentos recentes, atualmente, apenas 15% dos cargos políticos no Brasil são ocupados por mulheres.
“Investimos em educação política para que possamos ter mais mulheres liderando e tomando decisões para garantir políticas públicas eficazes e inclusivas para toda a sociedade”, comenta Andrea Envall, diretora financeira da Fundação 1º de Maio.
Diante dessas questões urgentes e críticas, como as jornadas exaustivas das mulheres que são mães, profissionais e políticas, é fundamental que a sociedade se mobilize para que as mulheres tenham acesso a políticas de conciliação trabalho-família, licença maternidade e paternidade equitativas, e apoio psicológico para lidar com o estresse do dia a dia.
Em um dos vídeos postados durante a Semana da Mulher no perfil do Solidariedade Mulher nas redes sociais, Marília Arraes nos trouxe a perspectiva da necessidade da coragem para enfrentar os desafios na política. Quando perguntada qual palavra definiria a mulher na política, ela rapidamente respondeu: “Coragem. Porque normalmente a mulher, quando chega pedindo licença na política, ninguém abre a porta não. A gente tem que meter o pé na porta, ocupar nossos espaços e representar mais da metade da população no Brasil”.
Na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, é fundamental valorizar e incluir plenamente as mulheres em todos os âmbitos sociais. Apesar dos avanços com protocolos, programas e benefícios, a erradicação efetiva da violência exige uma mudança profunda na estrutura patriarcal e na cultural social, visando a completa igualdade prevista na Constituição. O caminho é longo, mas estamos avançando para um futuro mais igualitário e seguro.