Ao mesmo tempo que as mulheres estão lidando com os desafios cotidianos, familiares, profissionais e com seus próprios conflitos, a realidade se desenha e avança. Muitas seguem caladas pela falta de oportunidades de trabalho ou por serem vítimas de violência doméstica, mas uma revolução nada silenciosa vem promovendo, ainda longe do ideal, a igualdade de gênero na sociedade.
Nesta matéria, onde celebramos o Dia Internacional da Mulher, entrevistamos mulheres de vários lugares do país, atuantes nas mais diversas áreas, sobre suas experiências com a inclusão, a violência e a sexualidade, abordando a luta feminista através da ótica observada das mais diversas regiões, origens, gêneros e orientações. Questionamos o que elas estão fazendo para conseguir promover a igualdade em todos os aspectos da vida e o que ainda precisa ser feito para melhorar a situação das mulheres para o futuro.
A marketóloga potiguar, Larissa Gabrielle, relembra o período que tinha um blog voltado a temas sobre a sexualidade e empoderamento feminino. “Fui uma das pioneiras a falar sobre o tema no meu estado, o Rio Grande do Norte. Criei o blog no início dos anos 2000, numa época que tínhamos pouquíssimas referências sobre o tema na internet. Foi um período de troca de experiências riquíssimas e também de abertura para falar sobre temas que ainda hoje são tabus. ”
Maria Izabel Simões, diretora financeira da Fundação 1º de Maio, afirma: “Trabalhamos com cursos de qualificação, e qualificar mulheres é algo que não dispensamos, é inegociável para nós, afinal, só por meio da qualificação as mulheres poderão disputar cargos de liderança e postos políticos em condições de igualdade. Seguimos firmes na missão de promover a equidade na política nacional. ”
Já Solange Moreira, secretária nacional de Igualdade Social e Diversidade do Solidariedade, diz que o momento é de muita expectativa e trabalho para a inserção das mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+, deficientes e outras tidas como minorias. “A criação de ministérios voltados a essa população nos traz a esperança de um olhar mais sensível à invisibilidade que as mulheres sofrem”, pontua.
Uma das muitas vítimas de violência política, a gestora pública, secretária nacional da Mulher do Solidariedade e ativista no combate à violência de gênero, Loreny Caetano, destaca a urgente necessidade da aplicação de leis que punam com rigor os ataques que as mulheres que militam na vida política sofrem diariamente. “A grande maioria desses ataques acontecem acobertados pela covardia do anonimato, pessoas que se escondem atrás de perfis fakes. Muitas das mulheres que sofrem ofensas pela internet sequer sabem qualificar como crime cibernético o que lhes acontece. Logo, nosso trabalho também deve ser informativo nesse sentido”.
A cada novo dia, mais ativistas surgem e cada vez, estão mais certas do lugar que devem ocupar. As mulheres entenderam que precisam continuar lutando para conquistar direitos e que a falta de representatividade do público feminino na política ainda é um problema a ser vencido. É necessária uma união conjunta para que as mulheres vençam essa luta. Vamos juntas!