Por que a violência contra as mulheres ainda é uma realidade nas escolas e universidades brasileiras?

A violência contra as mulheres é uma realidade triste em diversas esferas da sociedade, e as instituições de ensino também não ficam isentas dessa problemática. Escolas e universidades deveriam ser ambientes seguros, onde o conhecimento é estimulado e o respeito mútuo é valorizado. No entanto, relatos de violência de gênero têm se tornado cada vez mais frequentes nesses espaços.

No ambiente escolar, a violência assume diversas formas e experiências negativas, além de prejudicarem o desempenho acadêmico das vítimas, também causam um impacto psicológico profundo e desencorajam a permanência das mulheres em ambientes educacionais.

Muitas vezes, estudantes, professoras e também servidoras desistem de seus trabalhos e estudos por serem vítimas de violência no ambiente escolar e são várias as formas de assédio e violência praticadas. São alunos contra outros alunos, alunos contra servidores, alunos contra professores, servidores contra professores, professores contra alunos e também contra outros colegas de trabalho.

Para todas essas situações primeiro precisamos encarar o problema. Construir espaços de diálogo e adotar políticas de tolerância zero em relação à violência de gênero.

Dayse Marques

Outras medidas importantes incluem a capacitação de professores e funcionários para identificar e lidar com casos de violência e ações de conscientização sobre os direitos das mulheres e a importância da igualdade de gênero, relata a professora e deputada estadual (AP), Dayse Marques.

As formas como os agressores encontram de violentar as mulheres vão desde as mais sutis, passando por importunações, trotes, intimidações, abusos verbais e até agressões físicas e sexuais.

De acordo com a pesquisa Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgada em março de 2021 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apesar do avanço no acesso, a representação das brasileiras em áreas como as Ciências Exatas ainda permanece em minoria. No que tange aos cursos de Computação e Tecnologia da Informação, elas são somente 13,3% dos alunos, enquanto nos cursos de Engenharia e profissões correlatas a proporção é de apenas 21,6%. Os dados são ainda mais alarmantes para pessoas LGBTQIA+.

Foram esses dados que levaram o Ministério da Educação, com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos, a criar, em 2016, o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, Cultura da Paz e Direitos Humanos. Onde universidades, centros universitários, faculdades e institutos elaboraram planos de trabalho nos eixos de ensino, pesquisa, extensão, gestão e convivência com objetivo de superar a violência, o preconceito, a discriminação e promover atividades educativas de promoção e defesa dos direitos humanos nessas instituições.

Para a arquiteta e prefeita de Uberaba (MG), Elisa Araújo, a violência de gênero nas escolas e universidades persiste como um desafio inaceitável.

“Devemos unir esforços para criar ambientes educacionais seguros, onde todas as pessoas podem aprender e crescer sem o medo da demonstração ou agressão baseada no gênero. A educação é a chave para a mudança e a igualdade.”

Elisa Araújo



O combate à violência contra as mulheres nas escolas e universidades é um desafio complexo, mas necessário. Estudantes, professores, pais e responsáveis ​​devem ser envolvidos para que essa responsabilidade não recaia apenas sobre os ombros das instituições de ensino. Já que as mudanças sociais, culturais e educacionais acabam por garantir um acesso mais inclusivo e igualitário à educação.

As mulheres, que são a maioria nas universidades brasileiras, perceberam que a mobilização a partir da formação de coletivos é uma boa saída. Juntas elas lutam contra a cultura do silêncio, do medo de sofrer represálias e da sensação de impunidade, e acreditam que apenas quando forem totalmente respeitadas e protegidas poderá haver a efetivação do direito à educação para todas.

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