Mulheres e meninas são as maiores interessadas na preservação ambiental, em contribuir com as mudanças climáticas e em entender as transformações ambientais que o mundo está passando.
São as mulheres, também, as mais ecológicas e comprometidas com a pauta do meio ambiente. Produzem menos lixo, comem menos carne, reciclam mais e são as que mais utilizam as sacolas retornáveis é o que diz um estudo produzido pela Universidade de Yalle, nos Estados Unidos. Dentre os motivos listados pelo estudo da universidade americana está a maior consciência do lixo que produz. Já que a maioria são as principais gestoras do consumo de suas casas.
Dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) são claros quando dizem que elas tornam o consumo mais consciente e sustentável, reciclam mais e estão mais conectadas ao uso de energias renováveis e eficientes. Também é voltado para o público feminino a maior parte dos produtos sustentáveis existentes no mercado.
“Cada vez mais as mulheres estão se empoderando, ampliando seus conhecimentos, multiplicando suas experiências e fortalecendo suas opiniões, fatores indispensáveis para adotar soluções eficazes e decisões em níveis nacionais e comunitários que podem afetar diretamente nas mudanças climáticas”, destaca Renata.
Em sua fala, a secretária cita a importância e pioneirismo de Ana Maria Primavesi, que faleceu em 2020, aos 99 anos, exemplo de mulher empoderada e resiliente, percursora da agroecologia, que sempre se preocupou com as consequências das mudanças climáticas, difundindo a agroecologia como um sistema de produção biodiverso, resiliente, eficiente energeticamente, socialmente justo, podendo ser a base para a estratégia alimentar energética, considerando os limites dos recursos naturais.
Compreender que esse momento é bem mais complexo do que imaginamos e que ele carece de soluções urgentes e sustentáveis passam, claro, uma mudança comportamento social mundial e isso requer tempo.
NOVAS GERAÇÔES
Outro ponto relevante a ser levantado para preservação ambiental, é a preocupação das novas gerações com o futuro do planeta. Os novos consumidores buscam por marcas que têm propósito, que não façam testes em animais ou sua produção e embalagens poluam o meio-ambiente. Tais cobranças mostram as mudanças de comportamento e valores do consumidor e indicam que as marcas precisam se reinventar para conquistar essa fatia crescente de clientes cada vez mais conscientes.
Aos 22 anos, a estudante universitária Beatriz Gonçalves, acredita que o consumo consciente é fundamental para construção de uma sociedade mais saudável, sustentável, com empregos mais justos e que agrida menos o meio ambiente. “Nossa geração tem o privilégio de ter a internet, então podemos ir atrás, pesquisar, encontrar novas marcas, meios de consumir os produtos que estão disponíveis no mercado e escolher a melhor opção que atenda a essas necessidades.”
Beatriz adotou a prática do consumo consciente e diz que atualmente pesquisa muito antes de comprar uma peça de roupa e que sempre opta por brechós pois além das roupas serem originais e de boa qualidade, ajudam a diminuir o impacto negativo que a indústria da moda causa no meio ambiente e estimula o microempreendedor.
AGENDA 2030
A mudança climática é um fenômeno complexo sem fronteiras, logo a sustentabilidade é uma questão de sobrevivência.
Pensando nisso, em 2015, a nos (Organização das Nações Unidas), lançou um documento chamado “Agenda 2030”. Em seu escopo, o texto apresenta 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que juntos somam 169 metas que propõem diminuir parte dos danos causados ao meio-ambiente até o ano de 2030.
O documento mostra que a igualdade de gênero não é apenas um dos 17 objetivos propostos, mas uma ponte para que todos os outros sejam alcançados. Inclusive, mostrando que a discriminação baseada no gênero é constantemente atravessada por outras, principalmente envolvendo raça e classe.
A partir de 2020, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) passou a adotar uma política de igualdade e inclusão de gênero e um plano para aumentar as contribuições de mulheres cientistas objetivando que essas ações promovam uma maior percepção de como o aquecimento global está afetando as mulheres, sobretudo as que moram em países em desenvolvimento e regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas.