A nova política tem rosto de mulher. Elas estão conquistando espaços com atuações marcantes e propostas inovadoras no universo político. Suas trajetórias políticas são marcadas pela presença fiel junto as bases, bem como por um diálogo focado na eficiência e transparência dos seus mandatos e ações, sem deixar de lado o combate às desigualdades.
Protagonistas, muitas delas lutam apenas com uma arma na mão: o celular. Hoje, utilizado não apenas como instrumento de ampliação da notoriedade de suas ações, mas como inspiração para mostrar que não há barreiras que as impeçam de que suas ideias e ideais reverberem pela sociedade.
Cansadas dos abusos camuflados, conectam suas pautas ao dia a dia da sociedade e por estarem longe do perfil médio dos políticos brasileiros, suas propostas são vistas, até mesmo por outras mulheres, como exageradas e incoerentes.
Sabemos que isso precisa mudar. Para Malu Fernandes, eleita a vereadora mais jovem da história de Mogi das Cruzes (SP), o primeiro passo para promover a educação política e cidadã entre os jovens é estimular debates em sala de aula e programas focados para uma linguagem mais próxima da juventude. Ela acrescenta que a enxurrada de posts sobre escândalos, intrigas políticas, cancelamentos de políticos e opiniões polarizadas no Brasil afasta o jovem e qualquer eleitor que tenha um mínimo de boa vontade para com a política.
Com relação à participação das mulheres na política, Malu analisa que os principais fatores para a baixa representatividade feminina são a falta de incentivo social e o preconceito. “As mulheres não somente são desestimuladas desde criança a participarem da política, como de serem líderes e buscarem uma carreira de sucesso. Apesar de a política está inserida no cotidiano e nos afazeres das mulheres, elas não enxergam lideranças femininas nos ambientes de representação política e acabam não se sentindo inspiradas para esta participação, fora as questões de jornada dupla e o machismo, que corroboram para a não atratividade das mulheres para a disputa eleitoral.”
Decidida, Malu explica: “Ser jovem e mulher em um ambiente majoritariamente masculino é realmente um grande desafio. Já ouvi muitas frases como “eu faço política mesmo antes de você nascer” e constantes comentários questionando a capacidade e meus argumentos quando me posiciono. Estas e outras situações não me desmotivam a exercer o meu trabalho com excelência, pelo contrário, servem como impulso para me fazer agir e pensar diferente da maioria.”
Para os próximos anos as perspectivas de ações para agendas femininas são otimistas, “O impacto da participação feminina na política resulta em benefícios reais para a população, como a redução da mortalidade infantil, a criação de projetos que resolvam os problemas específicos enfrentados pelo público feminino sofre e promove uma forma de construção política mais cooperativa, como já comprovado em alguns lugares onde as mulheres estiveram na condução de governos”, finaliza a vereadora Malu Fernandes.