Com a responsabilidade de representar não só as filiadas, mas as mulheres de todo o Brasil, as representantes do Solidariedade nas mais diversas Casas Legislativas do país terão como missão pelos próximos quatro anos, defender pautas de inclusão e expansão dos direitos das mulheres.
Mesmo sabendo dos desafios que mulheres enfrentam ao entrar para a vida política, elas não se intimidaram com o preconceito, com os constantes ataques vindos das redes sociais, com os olhares reprovadores até mesmo de pessoas próximas e, mesmo em meio as dúvidas, decidiram escutar a voz do coração, onde pode-se ouvir o grito: desistir não é uma opção!
A nova Constituição Federal tem apenas 34 anos. Logo, é notório que ainda traga consigo traços de um Brasil patriarcal, machista, que ainda enxerga a mulher como a principal responsável pelos filhos, pela casa, etc, e, por consequência, esse comportamento acaba refletindo na representatividade nas esferas de poder e liderança.
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), quatro estados não elegeram nenhuma mulher deputada federal (Alagoas, Amazonas, Paraíba e Tocantins). Dentre as deputadas federais eleitas no país, 64% são brancas, 32% são negras e 4% são indígenas.
Na outra face da moeda, está a oportunidade de promover mudanças concretas e inovadoras, ampliar as áreas de debate, levar mais mulheres aos cargos de tomada de decisões. Com isso, cabe sublinhar que os avanços também dependem não apenas da política, mas de mudanças sociais, comportamentais, financeiras, psicológicas e culturais. Esse movimento de transformação demanda tempo, esforço, novas leis, militância e fiscalização adequada, para que a transformação seja de fato garantida.
Marli Paulino, deputada estadual diplomada do Solidariedade, no Paraná, já passou por experiências nos poderes Legislativo e Executivo municipal, por isso, mostra-se otimista em relação às expectativas para o seu mandato, embora conheça as dificuldades de seu estado: “para este meu mandato, tenho boas expectativas, afinal, com a bagagem já adquirida, creio que, enquanto deputada, irei contribuir com outros municípios e também com ideias para as políticas a nível estadual. Há diversos empecilhos, dificuldade e afazeres que dificultam a participação da mulher na conquista por espaços de poder na vida política, entre eles, o principal desafio é o de não errar, uma vez que a sociedade é menos tolerante com mulheres do que com homens quando o assunto é governar. Estou otimista”, ressaltou.
“É lamentável o número de mulheres em lugares políticos e de destaque, pois a somatória ainda fica muito aquém dos homens. Como mulher, acredito que os principais desafios para governar ainda estão relacionados às distorções históricas, que, de alguma forma, colocam a mulher em segundo plano. Em meu mandato, quero garantir a desconstrução de tais concepções culturais de gênero, que, infelizmente, ainda relacionam as habilidades de lideranças da mulher de forma mais fragilizada no campo político”, diz Dayse Marques, deputada estadual diplomada no Amapá.
Eleita para seu terceiro mandato no Rio Grande do Norte, a deputada estadual pelo Solidariedade, Cristiane Dantas, destaca que a baixa representatividade das mulheres nos executivos e legislativos formam uma grande barreira para posicionamentos diferenciados na forma de agir e resolver os conflitos. A deputada também elenca dois grandes desafios das mulheres na política: “o maior desafio é provar que o olhar feminino e diferenciado traz ótimos resultados. Outro grande desafio é ocupar espaços prioritariamente composto por homens que não enxergam que a equidade entre homens e mulheres significa progresso”, enfatiza.
Sabedora do seu papel como mulher, política e agente social de transformação, Cristiane finaliza: “A minha esperança é que com perseverança ocuparemos nosso espaço na política mostrando capacidade e compromisso com o bem comum”. O caminho não será fácil, mas, nunca foi fácil para quem defende a presença feminina em lugares de destaque, liderança e poder.