A democracia está transformando a sociedade e muito disso se deve a conquista do direito ao voto feminino. O direito ao voto se mostrou um marco histórico para a emancipação feminina, dando a elas a oportunidade de participar ativamente dos processos democráticos e moldar seu próprio destino.
Pioneirismo que conferiu às mulheres um poder transformador, permitindo que elas moldassem o curso da história e participassem ativamente de decisões que acabam por tornar nossa sociedade mais justa e equitativa.
Com mais mulheres ocupando cargos políticos e influenciando políticas públicas, a democracia se fortalece e se torna verdadeiramente representativa. À medida que avançamos, é imprescindível valorizar o empoderamento feminino, promover a igualdade de gênero e garantir que nenhuma voz seja silenciada.
Em seu 3º mandato como deputada estadual na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Cristiane Dantas destaca como as mulheres têm se visto cada vez mais empoderadas, capazes de moldar o curso da história e redefinir os padrões sociais.
“O papel da mulher na democracia é contribuir na construção da diversidade das decisões políticas que visem uma sociedade mais justa, porque não há democracia sem a presença da mulher”.
Cristiane Dantas, deputada estadual (RN)
Desde a conquista do direito ao voto, as mulheres têm ocupado um espaço cada vez maior na política, conduzindo mudanças significativas e conquistando avanços inegáveis. De acordo com dados da União Interparlamentar, em 2021, a média global de mulheres nos parlamentos era de aproximadamente 25,5%, um aumento expressivo se comparado com as décadas anteriores. Essa representatividade tem contribuído para a criação de políticas mais inclusivas e abordagens mais sensíveis às necessidades e demandas das mulheres.
“Temos registrado e já faz parte da história, a nossa luta por mais espaço nos ambientes de poder e decisão. Está consolidada a evolução pela equidade de gênero em todos os setores, incluindo na política. As mulheres têm contribuído substancialmente com a democracia, atuando em favor dos direitos de todos e ao acesso a uma sociedade mais justa e igualitária”.
Marli Paulino, deputada estadual (PR)
O voto feminino não apenas impactou diretamente a esfera política, mas também transcendeu para diversas áreas da sociedade. O poder do voto permitiu que as mulheres desafiassem estereótipos, desconstruíssem preconceitos arraigados e se consolidassem como forças motrizes na construção de uma sociedade mais justa.
Ao longo dos séculos, as mulheres enfrentaram barreiras e desafios em sua busca por igualdade. O direito ao voto, em muitos países, marcou o início de uma nova era para as mulheres à medida que elas assumiram seu lugar nos processos democráticos.
Dados atuais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostram que as mulheres representam mais da metade dos brasileiros aptos a votar, elas têm o poder de definir uma eleição, pois representam 53% do eleitorado brasileiro. No entanto, apontam que igualdade de gêneros precisa de mudança social e cultural para deixar de ser um sonho e se tornar real.
Mesmo reconhecendo os avanços conquistados por meio da democracia, ainda há muito trabalho a ser feito, já que, cotidianamente, as mulheres enfrentam desafios persistentes, como a sub-representação política, disparidades salariais e a violência baseada em gênero e mesmo quando eleitas, seguem enfrentando preconceitos, convivendo com barreiras sexistas, racistas e classistas durante o exercício da política.
Por isso, o trabalho do Solidariedade Mulher se faz tão necessário, pois permite que a luta por igualdade de gênero, na política ou na sociedade, continue sendo uma batalha diária, além de fazer da democracia uma ferramenta fundamental para impulsionar essas mudanças, consolidando ideias de igualdade e como valor central nas sociedades contemporâneas.
A HISTÓRIA DO VOTO FEMININO NO BRASIL
Em 25 de outubro de 1927, o movimento sufragista no Brasil alcançou uma vitória histórica no estado do Rio Grande do Norte: o reconhecimento do direito ao voto feminino. Uma figura emblemática dessa conquista foi Celina Guimarães Viana, uma professora que entrou para a história como a primeira eleitora registrada do Brasil e da América do Sul. Aos 29 anos, em 25 de novembro de 1927, Celina submeteu um requerimento para o seu registro como eleitora na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Naquele ano, o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte permitiu que mulheres se alistassem para votar numa eleição complementar para o Senado. Oportunidade na qual a professora Celina Guimarães, juntamente com outras 20 mulheres, requereu o direito de participar daquela eleição. O direito foi conferido apenas a Celina, os demais votos foram invalidados, pois o Senado decidiu por não aceitar o voto feminino. Tal feito, pioneiro na América Latina, ganhou repercussão internacional, deixando um importante legado na luta pela igualdade de gênero.