Não importa em que lugar do mundo você esteja, em maior ou menor grau, mulheres e homens não possuem condições de vida e trabalho iguais. Entretanto, o grau de exclusão feminina avança quanto mais pobre for o país.
Segundo um Relatório do Desenvolvimento Humano, “A pobreza tem o rosto de uma mulher – de 1.3 bilhão de pessoas na pobreza, 70% são mulheres. ” Estudos que medem as condições de vida das mulheres em todo o mundo aponta que cerca de dois terços dessa população vivem no limite da pobreza, sobrevivendo em locais onde o acesso ao trabalho, à educação e à saúde constitui-se em um desafio constante.
Assim, ano após ano, vemos reformas jurídicas e políticas serem ampliadas, mas que não se confirmam por mudanças correspondentes nas práticas sociais, políticas e em outras esferas, o que acarreta baixa expectativa quanto ao futuro, subalternidade, baixa autoestima e apatia como sentimentos comuns às mulheres na linha da pobreza.
Para exemplificar essa histórica desigualdade de inserção das mulheres, é fundamental que a sociedade não enxergue o papel da mulher reduzido à esfera da reprodução e do cuidado dos seus filhos e lares.
Na verdade, o papel das políticas públicas no tocante à extinção da “feminidade da pobreza”, termo criado desde os anos 70, para apontar para uma presença maior de mulheres entre os pobres vem se materializando mais repetidamente nas famílias chefiadas por mulheres, quando sozinhas tem que prover o seu sustento e o de seus filhos. Por isso, é urgente a providência de políticas de emprego de qualidade, controle de natalidade, investimentos em educação e qualificações com a finalidade de corrigir debilidades do mercado de trabalho e sua incapacidade de remunerar igualitariamente os profissionais, não os segregando apenas pelo gênero.