A eleição presidencial desse ano está batendo recorde de participação feminina, nunca antes houve tantas mulheres disputando o cargo máximo do Executivo. Isso é um reflexo direto de termos cada vez mais mulheres preparadas e qualificadas, prontas para serem protagonistas dentro da política.
O desafio é fazer com que toda essa disposição se reflita nas urnas. Pois, mesmo sendo a maioria da população e do eleitorado, elas seguem excluídas dos espaços de poder e liderança.
“Somos maioria do eleitorado e dos filiados em partidos, mas também somos um dos países de menor presença de mulheres no parlamento. A política é, historicamente, um ambiente majoritariamente masculino e as mulheres são prejudicadas por essa lógica. A baixa proporção de mulheres na política não é exatamente um problema de representatividade política e sim uma questão de desigualdade no acesso aos cargos de liderança e poder na sociedade”, esclarece Delzira Menezes, advogada e pré-candidata a deputada estadual (GO).
Maioria da população brasileira e do eleitorado nacional, as mulheres sequer representam 15% nos cargos eletivos. Para se ter ideia da falta de proporcionalidade na política, nas últimas eleições foram eleitas no Brasil apenas 669 prefeitas (12%), contra 4.763 prefeitos (88%). Num ranking elaborado pela ONU Mulheres, em parceria com a UIP (União Interparlamentar), o Brasil ocupa a 154ª posição num cenário de 174 países.
Poucos anos nos separam do primeiro século do direito ao voto feminino, um marco registrado na cidade de Mossoró, quando o nome da professora Celina Guimarães Vianna foi incluído na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte, se tornando a primeira eleitora da América Latina. Cem anos depois, cerca de 1/4 das câmaras de vereadores do Brasil não tem sequer uma mulher eleita. “É preciso mudar o curso dessa história, como já vem acontecendo desde 1932, com a conquista do voto feminino, é injusto que as mulheres ainda tenham que lutar por quotas ou paridade, temos capacidade, isto é o que basta, para estarmos em pé de igualdade com os homens pela corrida eleitoral. Acredito que, agora, em 2022, as mulheres já se convenceram disso e, assim, ocuparemos mais cadeiras neste processo”, comenta a advogada e pré-candidata.
Delzira se vê otimista com relação ao futuro da mulher na política. “Estou bastante animada e vejo que as pessoas estão bem engajadas no projeto, hoje há muitas mulheres com potencial e capacidade para ocupar cargos de destaque, mas percebo que ainda faltam recursos. Sem dúvida, precisamos avançar para que mais mulheres tenham recursos e os partidos enxerguem a mulher como uma pessoa que tem sensibilidade, alguém que venha compartilhar com o gênero masculino, ideias e políticas públicas para diminuição das desigualdades de gênero na política”, finaliza.
LIDERA +
Através da maior formação política feminina do país, o Lidera+, a Secretaria Nacional da Mulher do Solidariedade, em parceria com a Fundação 1º de Maio, incentiva candidaturas femininas e o surgimento de novas lideranças, acreditando que mulheres capacitadas desempenham um papel estratégico na sociedade e para além, ao serem eleitas, serão as responsáveis por elaborar e efetivar mais políticas para as mulheres. O EaD da Fundação 1º de Maio ainda disponibiliza para filiadas e não filiadas os cursos do Elas Podem +, voltados para liderança feminina e mercado de trabalho. Acesse e confira! https://ead.fundacao1demaio.org.br/
Incentive e vote em mulheres. O futuro da política é feminino.