A construção de um mundo mais justo e distante de preconceitos e estereótipos nasce no seio familiar, materializado na reprodução de falas e gestos, e se estende, claro, para o ambiente escolar. Assim, a educação feminista, ou não sexista, é a orientação mais legítima na luta pela igualdade de gênero.
Diariamente, a escola ensina sobre as relações de gênero e é cada dia mais comum que se tornem favoráveis a educação não sexista, contestando sentimentos de competição e rivalidade entre os sexos, não diferenciando cores, brinquedos e responsabilidades “de menina ou de menino” e mostrando que ambos são capazes de realizar as mesmas tarefas e funções.
Historicamente, relacionar competências e afazeres ao gênero sempre foi algo reforçado em casa e na escola. Muitas vezes os próprios educadores, por já terem recebido uma carga cultural equivocada, julgam a afetividade e a sensibilidade a partir de estereótipos de gênero, com o olhar transversal do preconceito.
Coisas como: meninos são mais fortes e corajosos, meninas são mais amáveis, disciplinadas e caprichosas e assim acabam por “ensinar” desigualdades.
Educar é um ato de independência, empoderamento e acompanha toda a vida do indivíduo. Logo, reconhecer a diversidade entre meninos e meninas é importante e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida, visando abrir o pensamento para o fim das desigualdades e dos discursos segregadores e misóginos.
De acordo com a deputada estadual pelo Solidariedade do RN, Cristiane Dantas, “é fundamental iniciar a prevenção do machismo na educação dos meninos desde pequenos, para que eles cresçam dentro de uma nova cultura, não sexista, não violenta. Educados assim, acredito que serão adultos com consciência da importância da dignidade da mulher e que todos têm direito a ocupar seus espaços na sociedade de forma igualitária e livre, além de se tornarem multiplicadores disso para as próximas gerações.”
Associar valores e comportamentos por gênero é uma forma de reforçar preconceitos, discriminações, violências e privilégios, inclusive no ambiente escolar. Ao não estimular que crianças brinquem e se desenvolvam a partir de cores, comportamentos e brinquedos, perdem-se oportunidades de desenvolver habilidades importantes.
Revisar e mudar comportamentos caducos e errôneos de forma a incluir, desde os primeiros passos, a maioria da população do país é lutar pela igualdade de gênero.