A história de luta e a resistência da mulher negra no Brasil

Ser mulher e preta no Brasil é sentença de inferioridade. E se há algo que a sociedade não pode mais invisibilizar é o fato de que as mulheres pretas são a maior parte dos piores indicadores em praticamente todas as áreas e esferas sociais, seja a educação, acesso à saúde pública, mercado de trabalho, bens e serviços, violência, ou qualquer outro parâmetro.

Esse é o reflexo direto da forma como as camadas sociais foram historicamente construídas no Brasil e no mundo.

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade para que todos possam viver da melhor forma possível.”, diz o artigo 5º da Constituição Federal. Mas isso acontece na realidade?

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 54% da população brasileira é negra.

A falta de igualdade de oportunidades começa já no início da idade escolar quando o acesso às melhores escolas e oportunidades são dificultosos e dificultados. Em paralelo, ao início da socialização pela inserção escolar também são apresentadas a construção de estereótipos, privilégios e segregação.

No mercado de trabalho, o racismo condena as mulheres negras à marginalização social. Elas representam 92% da força do trabalho doméstico no Brasil, das quais 65% são negras. A maioria está acima dos 40 anos, não tem carteira assinada, direitos trabalhistas e tem renda média inferior a um salário mínimo, conforme estudo divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas).

Pelo histórico de subalternização nas questões raciais e de gênero, são as mulheres negras as mais violadas e violentadas. O Atlas da Violência, de 2020, apresenta dados que mostram que 75% das pessoas assassinadas no Brasil são negras.

São elas as maiores vítimas da violência física, psicológica, econômica e sexual. Também lideram no quesito tráfico humano e escravidão sexual.

Para vencer todos esses desafios que as mulheres negras enfrentam precisamos pensar sobre políticas que reafirmem suas identidades, que as insira no mercado de trabalho de forma justa não somente com foco na inclusão, mas na permanência da mulher negra em seus espaços.

Solange Moreira, secretária nacional da Igualdade Social e Diversidade do Solidariedade

Artigo escrito por Solange Moreira, secretária nacional da Igualdade Social e Diversidade do Solidariedade

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