Os próximos anos indicam que avanços significativos na garantia de direitos, no combate à violência e discriminação e no respeito às mulheres devem estar no cerne das políticas públicas desenvolvidas pelo novo governo Lula. Essa retomada deve acontecer depois de quatro anos em que o Brasil sofreu diversos ataques às conquistas femininas com autoritarismo, preconceito e a violência. Por incontáveis vezes e através de falas vindas do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, as mulheres viveram dias de invisibilidade e retrocessos.
O governo de transição de Lula, por meio do Grupo Técnico de Mulheres, tem se mostrado preocupado em reaver os investimentos em políticas públicas para mulheres que possam promover o protagonismo feminino e a equidade de gênero. “A presença de pautas tão importantes, como as urgências orçamentarias para programas que atendem vítimas de violência doméstica, como o Disque 180, Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia e em 16 países, além do Brasil, é uma prova de como o novo governo pretende conduzir esse enfrentamento com respeito à vida”, conta a secretária nacional da Mulher do Solidariedade e integrante do GT de Mulheres, Loreny Caetano.
De acordo com pesquisa recentes da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), as mulheres permanecem sendo, em 2022, a maioria dos adultos desempregados do país. Em paralelo, foram elas as que ficaram mais atreladas aos seus lares devido às consequências da pandemia e das responsabilidades que só se acumularam. Conflitando a tudo isso, num cenário de aumento da violência doméstica, já que muitas tiveram que ficar cada vez mais próximas aos seus agressores, o governo federal promoveu um injustificável corte de gastos nos programas de proteção e assistência às mulheres vítimas de violência doméstica.
“Foi uma grande honra o Solidariedade ter sido convidado para a construção do documento ‘Reconstruir o Brasil pelas mãos das Mulheres’. A forma como o governo Lula-Alckmin trata as pautas femininas, desde a concepção das ideias progressistas, o enfrentamento às desigualdades através da oferta de programas sociais, programas educacionais, de renda e o compromisso com a aplicação de políticas públicas eficientes que transformarão a vida das mulheres nos traz a certeza de que evidentemente teremos mudanças muito importantes”, explica Samanta Costa, presidente da Fundação 1º de Maio.
Samanta ainda acrescenta: “ao longo dos últimos anos, realizamos o maior programa de formação política de mulheres do Brasil, o Lidera +, uma formação política que traz o eco de vozes de mulheres de cada recanto do país e que vem mudando a trajetória da igualdade de gênero na política brasileira. Essa experiência nos possibilitou contribuir com mais propriedade para esse momento de escuta ativa e busca de soluções para a igualdade feminina na sociedade”.
Com o olhar sensível para a ampliação da política de cotas sociais, educacionais e raciais, o Brasil tem a oportunidade histórica de responder às expectativas de ter um governo com mais equidade na composição de suas cadeiras ministeriais, cargos executivos e nos outros escalões do poder. A participação da futura primeira-dama Janja Lula da Silva é outro fator que sinaliza uma maior presença de mulheres não apenas nas pastas relacionadas a família, minorias ou assuntos sociais, mas um novo momento para mostramos a eficiência de governos que apostam na redução das desigualdades que perduram em nossa sociedade através da liderança, comprometimento e da força da mulher.