Para muitos idosos brasileiros, envelhecer é sinônimo de tornar-se vítima de violência. Dados divulgados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), no mundo, estima-se que uma em cada seis pessoas idosas sofrem com algum tipo de violência. Os tipos de violência mais relatados são a violência física, psicológica e financeira, além do abandono e negligência. Somente esse ano, no Brasil, foram registradas mais de 53 mil denúncias.
O envelhecimento da população brasileira, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), saltou em uma década. Enquanto a população em geral cresceu 7,6%, o número de idosos com 65 anos ou mais saltou 41,6% no mesmo período. Mantendo a tendência de envelhecimento, o país ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017.
“Em resposta a esse cenário preocupante, diversos governos têm implementado políticas públicas para prevenir e combater a violência contra a pessoa idosa. No Brasil, por exemplo, foi criado o Estatuto do Idoso em 2003, que prevê medidas de proteção aos direitos desse grupo populacional”, explica a Secretária nacional da Mulher do Solidariedade, Dona Cida.
Para a secretária da Igualdade Social e Diversidade do Solidariedade (MG), gestora pública e de serviços sociais, Solange Moreira, o aumento da violência contra a pessoa idosa é silencioso, perigoso e exige ações enérgicas.
“A implementação de políticas públicas efetivas e o engajamento da população são fundamentais para prevenir e combater todas as formas de violência. Além disso, promover um envelhecimento saudável é fundamental para que essa população seja inserida na solução dos problemas da sociedade brasileira.”
Solange Moreira
Em termos de políticas públicas, a deputada federal (PE), Maria Arraes,que participou da equipe técnica da Previdência Social durante a transição do atual governo federal, afirma: “Precisamos de leis efetivas que garantam amparo e dignidade para aposentados e pensionistas do país, afinal, é papel do Estado amparar, zelar e defender a vida e bem-estar de toda a população, independentemente da idade.”
Apesar dessas iniciativas, ainda há muito a ser feito para garantir a segurança e o bem-estar da população idosa. É necessário investir em campanhas educativas e de conscientização sobre a importância de denunciar casos de violência, fortalecer a rede de atendimento e proteção aos idosos e aprimorar as políticas públicas existentes.
NÃO SE CALE, DENUNCIE
Instituído pela Lei 10.741/2003, o Estatuto do Idoso garante direitos às pessoas com idade igual superior a 60 anos, n entanto, infelizmente, é comum vermos notícias do não cumprimento de direitos básicos, como dignidade, independência financeira, saúde, cidadania, liberdade, convivência familiar e comunitária e até escassez de alimentação.
O Disque 100, canal de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, apontou um aumento de 60% nas denúncias de violência contra idosos no país entre os anos de 2011 e 2020. Crimes dessa natureza tem punição que variam de 2 meses a 1 ano de reclusão. Não se cale! Denuncie!
O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia e as ligações são gratuitas.