São as mulheres a maior força de trabalho no SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres correspondem a 65% dos mais de seis milhões de profissionais dispostos nos setores público e privado, em todos os níveis de complexidade da assistência.
Historicamente, o trabalho das mulheres sempre foi relacionado quase exclusivamente ao cuidado, pois, cuidavam dos maridos, dos filhos, da casa e as oportunidades de trabalho que surgiam era para cuidar de outras pessoas.
Majoritariamente feminina, a atuação das mulheres na saúde foi contabilizada num estudo realizado, de 2020, pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) onde mostra que as mulheres são maioria também em cargos como agentes comunitários de saúde (77,8%), enfermeiros (85,2%), técnicos de enfermagem (85,3%) e auxiliar de enfermagem (85,9%). A exceção está na categoria dos médicos, em que 47,7% são mulheres e 52,5%, homens.
Para a enfermeira e candidata a deputada estadual (SP), Alexandra Motta, os muitos anos de trabalho afirmam a importância do SUS. “Eu represento o SUS dentro da política, porque acredito que para que haja a mudança é importante alguém que conheça o problema de verdade. Mesmo com todos os problemas e desafios que ainda temos pela frente, o programa garante acesso à saúde de forma gratuita, algumas pessoas acham que não precisam do SUS, por terem acesso a redes privadas, mas isso não é verdade, o programa se estende para uma série de serviços públicos e, além disso, para medicamentos de alto custo, exames e vacinas o SUS se monstra muito importante.
Sendo o maior sistema de saúde pública do mundo, o conceito de “sistema” representa a interação entre várias instituições e isso mostra o quanto o SUS é complexo e vai muito além do diagnóstico de doenças.
Formada e pós-graduada em gestão da saúde pública e privada, Amanda Maria, a enfermeira e candidata a deputada federal (SP), tem sua bandeira de luta dentro das instituições é para por melhores salários para os servidores da saúde, melhorias no atendimento, para que o cidadão e cidadã tenha SUS de qualidade, atenção diferenciada à pessoa com deficiência e seu cuidador. “Nosso sistema único de saúde, atende hoje toda a demanda da área para as pessoas que não tem acesso à saúde privada, mesmo com tanta demanda ainda é um dos sistemas melhores do mundo, pois sabemos muito bem o quanto é caro os tratamentos, medicamentos, internações, etc.”, explica
Amanda ainda chama a atenção para lembrar que apesar dos avanços que o SUS representou ao país, o processo de financiamento está entre os principais problemas enfrentados desde a sua criação. “Além da burocratização, acarretando sobrecarga ao sistema, a instabilidade dos parâmetros sobre gastos em saúde coloca em risco uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, comprometendo a prestação de um serviço de qualidade e acessível a todos, queremos um SUS acessível para todos, queremos melhorias no atendimento, tornando-o digno e humanitário, nossa luta é para melhorar ainda mais o que já é bom, o investimento em saúde primária é essencial”.