A visibilidade lésbica e os desafios na busca da igualdade

Agosto é considerado o mês da visibilidade lésbica. Especialmente, dia 29 de agosto é o dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data foi escolhida para homenagear o SENALE (1ª Seminário Nacional de Lésbicas), evento que aconteceu em 29 de agosto de 1996. Logo, a data traz a importância de refletir sobre a invisibilidade lésbica, além de promover o governo a pensar em políticas públicas que auxiliem na inclusão dessas mulheres.

Ellen Prata, ativista LGBTQIA+ e candidata a deputada estadual pelo Solidariedade São Paulo

“O Dia Nacional da Visibilidade lésbica foi criado por ativistas que, assim como eu, tem o objetivo de denunciar a invisibilidade e as diversas violências psicológicas, físicas e econômicas que são sofridas por nós, mulheres lésbicas, em todos os espaços da sociedade”, nos explica Ellen Prata, ativista LGBTQIA+ e candidata a deputada estadual pelo Solidariedade São Paulo.

Segundo dados da pesquisa nacional de saúde do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2019, o Brasil possui declaradamente 2,9 milhões de pessoas sejam lésbicas, gays ou bissexuais, desse número, 0,9% se declaram lésbicas.

Foi a primeira vez que o IBGE divulgou dados sobre orientação sexual e a divulgação só aconteceu após o órgão ter sido acionado na Justiça pelo Ministério Público Federal. 

A pesquisa demonstrou que a maioria da população brasileira, 94,8%, se autodeclara heterossexual, mas o Instituto avaliou que “o fato de uma pessoa se autoidentificar como heterossexual não impede que ela tenha atração por ou relação sexual com alguém do mesmo sexo”.

A luta por visibilidade e na defesa dos direitos humanos das mulheres lésbicas precisa de pessoas engajadas e comprometidas.

Um estudo elaborado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chamado de “Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil”, mostra que a invisibilidade e violência marcam a realidade das lésbicas no Brasil. Pelos dados divulgados, o número de assassinatos de mulheres lésbicas aumentou cerca de 96%, passando de “apenas” 2 casos para 54 homicídios anuais. Desses, 83% foram cometidos por homens, expondo, para além da homofobia, o machismo que muitas lésbicas enfrentam.

Os dados complementam uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão que estimou que 89% dos casos de lesbocídio, assassinato de mulheres lésbicas, são causados por homens. E 29% desses crimes são causados por alguém que mora na mesma casa.

Para jogar luz sobre o debate, Ellen colocou seu nome à disposição da sociedade na disputa das próximas eleições. “Enquanto candidata e mulher lésbica, quero ser instrumento de luta nessa campanha, abracei essa tarefa cotidiana, com o objetivo de conquistar a equidade de gênero na vida e na política brasileira”.

Destacando suas experiências e visões do que é ser lésbica nos dias atuais, Ellen fala da necessidade de conquista dos espaços de visibilidade política para a causa: Nós, mulheres, somos maioria na população e no eleitorado e mesmo assim continuamos a minoria nos quadros representativos do país e essa realidade precisa mudar”.

A luta por visibilidade e na defesa dos direitos humanos das mulheres lésbicas precisa de pessoas engajadas e comprometidas.

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