A vulnerabilidade que faz meninas e mulheres as principais vítimas do tráfico humano

Pode ser difícil até imaginar que pessoas compram e vendam outros seres humanos, mas o tráfico humano é considerado a terceira atividade ilegal mais rentável no mundo, superado apenas pelo tráfico de drogas e pelo contrabando de armas.

As cifras movimentadas pelas redes internacionais ultrapassam anualmente mais de 32 bilhões de dólares, segundo estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas).

Por conceito definido na Convenção das Nações Unidas, o tráfico de pessoas é caracterizado pelo “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força, ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder, de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para que uma pessoa tenha controle sobre outra pessoa, para o propósito da exploração”.

Segundo relatório do Ministério da Saúde, elas estão compreendidas na faixa etária entre 10 e 29 anos e isso representa cerca de 50% do total das denúncias recebidas.

Dentre as vítimas de tráfico humano meninas e mulheres são a maioria absoluta, elas são usadas para a exploração sexual e a prostituição. Segundo relatório do Ministério da Saúde, elas estão compreendidas na faixa etária entre 10 e 29 anos e isso representa cerca de 50% do total das denúncias recebidas. As principais características são: ausência de liberdade, direitos e dignidade humana e estão presentes nas diversas formas: seja na exploração comercial do sexo, trabalho análogo ao escravo ou para extração de órgãos e tecidos.

Delegada Fernanda, vereadora pelo Solidariedade em Formosa (GO)

Ainda assim, de acordo com o Ministério da Justiça, o tráfico de pessoas é um dos crimes mais subnotificados no país. Vereadora pelo Solidariedade em Formosa (GO), Fernanda Martins de Lima, a delegada Fernanda, nos aponta saídas para o combate ao tráfico humano. “Os números demandam uma atuação efetiva do Estado, com implantação de políticas de melhoria socioeconômica, com educação e saúde de qualidade e oportunidades de emprego digno. Além disso, é necessária uma atuação estatal para dar visibilidade ao problema, com campanhas efetivas de prevenção e com mecanismos de combate e punição aos autores dos crimes, sem esquecer da necessária proteção e defesa das vítimas”.

Os motivos que facilitam a execução de crimes desse tipo são, geralmente, oriundos de vulnerabilidades coletivas, como por exemplo: racismo estrutural, baixa escolaridade, discriminação por orientação sexual e principalmente, desemprego e insegurança financeira.

Dentre as vítimas de tráfico humano meninas e mulheres são a maioria absoluta, elas são usadas para a exploração sexual e a prostituição.

Os grupos envolvidos em aliciar pessoas geralmente agem em busca de vítimas que se encontram em condições sociais de desigualdade, em áreas carentes e periféricas dos centros urbanos ou em zonas rurais onde há pouco acesso às informações. “A falta de oportunidades, de informação, de emprego digno e a pobreza são os principais motivos que levam mulheres a aceitarem propostas de trabalho enganosas e serem alvos fáceis de criminosos”, explica a delegada.

Ainda de acordo com o relatório da ONU, as principais formas de exploração são em 50% dos casos a exploração sexual, como casamentos forçados. Responde por 38% dos casos, os registros de trabalhos análogos à escravidão e 6% são referentes a remoção de órgãos em atividade criminal.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Profissionais de segurança alertam sobre os perigos deste tipo crime durante viagens internacionais, seja a turismo ou a trabalho, e e mostram algumas medidas que podem ajudar o indivíduo a buscar socorro caso sofra tentativa de aliciamento: deixe sempre uma cópia do seu passaporte com pessoas amigas, tenha sempre em mãos o endereço da embaixada ou do consulado do Brasil na cidade onde ficará. Também é importante ter de cor o número de telefone de algum familiar ou amigo a quem a pessoa possa pedir ajuda, ou tenha seus dados e documentos salvos em nuvens digitais.

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