A força das mulheres na ciência brasileira

Historicamente, a ciência sempre foi vista como uma atividade masculina e as mulheres que adentravam nesse campo eram tidas como bruxas.  Somente após a segunda metade no século XX foi que as mulheres começaram a ter acesso à educação científica, tradicionalmente ocupadas por homens. Apesar dos avanços, ainda há muito no que progredir para que seja possível equalizar esse contexto assimétrico.

Mesmo diante desse cenário tão desafiador, as mulheres estão fazendo história no campo científico. Elas representam cerca de 54% dos estudantes de doutorado no Brasil, número é semelhante ao de países como os Estados Unidos, onde em 2017 as mulheres obtiveram 53% dos diplomas de doutorado concedidos no país.

No auge da pandemia, a equipe comandada pelas cientistas Jaqueline de Jesus e Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), surpreendeu o mundo pela velocidade como que a equipe liderada decifrou o genoma do então desconhecido novo coronavírus. As pesquisadoras brasileiras levaram apenas 48 horas para decodificar o material genético do organismo celular que fez o mundo parar. Estudiosos de outras partes do mundo demoravam em média 15 dias para concluir essa mesma investigação.

No Brasil, equipe liderada por pesquisadoras levaram apenas 48 horas para decodificar o material genético do organismo celular que fez o mundo parar. Estudiosos de outras partes do mundo demoravam em média 15 dias para concluir essa mesma investigação.

Mundialmente, mulheres lideram minoria das pesquisas científicas. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), aliar ciência e igualdade de gêneros são iniciativas vitais para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Embora essa realidade venha passando por avanços importantes e ganhando força nas últimas décadas, as desigualdades permanecem, inclusive na concessão de bolsas e espaços em publicações em grandes revistas cientificas internacionais.

Superar essa invisibilidade requer o compromisso de toda a sociedade.

“O fortalecimento e a preparação são fundamentais para que possamos vencer todas as barreiras com engajamento e representatividade”, é assim que a mãe, professora e ex-vereadora do município de Riachão do Jacuípe (BA), Anaclécia Ferreira, uma mulher que aos 47 anos se descreve como simples e empoderada, explica que o degrau de subida para a mulher é sempre mais alto em qualquer que seja a área.

Superar essa invisibilidade requer o compromisso de toda a sociedade. Os números, apesar de positivos, disfarçam que, na realidade, as mulheres na ciência brasileira enfrentam problemas históricos, como a sub-representação e a falta de reconhecimento como cientistas. Um estudo recente mostrou que as mulheres representam apenas 24% dos beneficiários da assistência do governo federal concedido aos cientistas mais produtivos do país (a bolsa produtividade). Já na Academia Brasileira de Ciências, as mulheres cientistas são apenas 14% do corpo cientifico.

Com presença importante nas pesquisas em saúde, nos últimos anos as mulheres passaram a serem fontes constantes para o jornalismo e outros canais midiáticos para falar sobre os mais variados temas científicos e isso acaba sendo uma extraordinária forma de estímulo para a participação feminina na pesquisa científica e uma oportunidade de visibilidade e na busca da conquista de mais espaços.

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