Por que o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher ainda é tão importante?

No dia 25 de novembro, o mundo se une para reconhecer o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Esta data não apenas é um lembrete sombrio das atrocidades que muitas mulheres enfrentam diariamente, mas também um pedido de socorro para que todos, em todas as esferas da sociedade, se mobilizem para combater esse mal que silencia e mata uma mulher vítima de feminicídio a cada 15 horas no país. 

A escolha do dia 25 de novembro remete ao assassinato brutal das irmãs Mirabal, que, em 1960, foram mortas na República Dominicana por serem ativistas políticas. Elas simbolizam a resistência contra a opressão e a violência de gênero. Ao longo das décadas, essa data foi ressignificada em várias partes do mundo, reforçando a luta pela igualdade e pela segurança das mulheres.

No Brasil, a situação é particularmente preocupante. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2024, mais de 1.467 mulheres foram mortas por razões de gênero, o maior registro desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015. 

O país registrou um estupro a cada seis minutos no ano passado, totalizando 83.988 vítimas e uma taxa alarmante de 41,4 por 100 mil mulheres, com um aumento anual de 6,5%. Além disso, outros crimes também apresentaram crescimento: a importunação sexual aumentou 48,7%, o assédio sexual subiu 28,5%, e a divulgação não autorizada de cenas de estupro, sexo ou pornografia cresceu impressionantes 47,8%.

“Todos os anos, encontramos datas nas redes sociais que nos lembram da luta histórica pela dignidade e pelos direitos das mulheres. É vergonhoso saber que, em pleno 2024, ainda enfrentamos um alarmante aumento da violência contra as mulheres em suas diversas formas. Esse é um desafio que ainda precisamos vencer.” explica Maura Bueno, coordenadora de comunicação nacional do Solidariedade e Solidariedade Mulher. 

A violência contra as mulheres não é apenas um problema individual, mas uma questão estrutural que está enraizada em ideias de machismo e desigualdade. Vemos isso claramente após um pleito como o de 2024, onde enxergamos avanços tímidos no número de mulheres eleitas. 

“Quem irá proteger essas mulheres? A sociedade continuará esperando que os homens se sensibilizem com nossas dores e que passem a reparar as políticas públicas que muitas vezes são omissas?” reage a deputada estadual Cristiane Dantas, primeira Procuradora Especial da Mulher na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e uma das vozes mais atuantes e combativas pela defesa da mulher no estado. 

É um problema simples? – Não! O que sabemos é a ponta do iceberg, já que muitas mulheres se silenciam por medo, por não ter condições financeiras de prover suas famílias e por vergonha. 

Mas sabemos o caminho a percorrer e precisamos apressar as mudanças e intensificar as políticas de proteção às mulheres. É imprescindível que as leis sobre feminicídio sejam rigorosamente aplicadas e que programas de acolhimento e proteção às vítimas sejam ampliados. Além disso, a educação, desde a infância, é fundamental para desconstruir estereótipos de gênero e promover respeito e igualdade.

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