Mulheres na líderença

Liderança feminina: 5 exemplos de mulheres e o que podemos aprender com elas

As mulheres representam 45% da força de trabalho no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Por outro lado, de acordo com o  IGC (Instituto de Governança Corporativa), apenas 7,2% dos membros dos conselhos têm mulheres na liderança; em comitês fiscais, o número chega a 9%.

Segundo informações do Ministério da Economia, as mulheres na liderança detêm 42,4% das funções de gerência, 13,9% de diretoria e 27,3% de superintendência. Ou seja, quanto mais alto o nível do cargo, menor a presença feminina.

Quando se fala em posições de poder na política e cargos eletivos, apenas 12% das cidades são administradas por uma mulher. No Congresso Nacional, a soma de mulheres é de apenas 15% dos parlamentares. De acordo com o Mapa das Mulheres na Política divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil ocupa a posição 142 no ranking composto por 192 países no quesito representatividade das mulheres no Parlamento.

Por que investir em lideranças femininas?

Dentre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável pautados pela ONU, é uma meta mundial promover a igualdade de gênero. Para a organização, esse tema é transversal em todos os objetivos, uma vez que só será possível um crescimento sustentável e pacífico com essa igualdade.

De acordo com a escritora Katiane Vieira, a presença feminina nas equipes de gestão é geralmente associada a um compromisso social mais forte e a um estilo de liderança mais participativo. Nas cidades, o impacto da liderança exercida por mulheres demonstra uma gestão mais cuidadosa como, por exemplo, nas cidades geridas por mulheres tiveram menos vítimas fatais de covid-19.

Acompanhe exemplos de mulheres na liderança:

Luiza Trajano

A mulher à frente do grupo Magazine Luiza por muitos anos, Luiza Helena, tornou-se referência não apenas por seu talento para os negócios, mas também pelo perfil de liderança. Sobrinha e xará da fundadora da rede, Luiza assumiu os negócios em 1991 e foi responsável pela expansão da rede, criação de estratégias de vendas como a Liquidação Fantástica que lota as lojas do grupo no mês de janeiro e a explosão de vendas no e-commerce. Desde 2009 é presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.

Em 2013, foi uma das fundadoras do grupo apartidário Mulheres do Brasil. Com mais de 68 mil participantes, o grupo é presidido por Luiza Helena e conta com 22 comitês e 110 núcleos de trabalho (inclusive fora do Brasil), atuando em parceria com diferentes esferas de poder para fomentar a adoção de políticas afirmativas como a inserção de refugiados no mercado de trabalho, a capacitação de empreendedoras e a projeção de mulheres candidatas a cargos políticos.

Também foi Luiza que defendeu publicamente o grupo Magazine Luiza quando lançaram o programa de trainees voltado exclusivamente para jovens negros. O programa foi lançado em 2020 para corrigir um problema no quadro de funcionários da rede: embora 53% dos colaboradores sejam negros, apenas 16% dessa liderança é ocupada por pretos e pardos.

Sheryl Sandberg

Conhecida por ser a primeira mulher a participar do conselho do Facebook e vice-presidente de vendas do Google, Sheryl Sandberg é americana, formada  em economia e a responsável por tornar o Facebook uma empresa lucrativa.

Em paralelo, Sheryl fundou a Lean In, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é “oferecer a mulheres apoio e inspiração para ajudá-las a alcançar seus objetivos”. A organização está presente em 184 países e já apoiou mais de 50 mil mulheres.

Jacinda Ardern

A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern chama a atenção do mundo desde a sua eleição e por ter sido a primeira premiê do país a ter filhos durante o mandato. Inclusive levou sua filha em reuniões oficiais da ONU (Organização das Nações Unidas).

No segundo ano do seu governo, a atuação de Jacinda após um atentado terrorista na cidade de Christchurch foi muito elogiada. Em todos seus pronunciamentos, a premiê não mencionava o nome do terrorista e pediu que os veículos de imprensa não mostrassem seu rosto, para evitar publicidade para ele. Também organizou um grupo apartidário que visitou todas as famílias muçulmanas vítimas do atentado. E como forma de respeito às tradições das vítimas, usou hijab (véu sagrado da religião muçulmana) em suas visitas.

E no enfrentamento à pandemia de covid-19, suas medidas rígidas garantiram que a Nova Zelândia fosse o primeiro país no mundo a controlar o vírus, antes mesmo das vacinas.

Maitê Lourenço

A psicóloga paulistana Maitê Lourenço começou no empreendedorismo em 2010 quando fundou a Cia de Currículos um e-commerce na área de recursos humanos. Em cada evento que participava, reparava que ela era a única pessoa negra do recinto.

Na época, ela já participava de um grupo de WhatsApp, chamado de BlackRocks Startups, que fornecia ingressos a eventos e informava o que acontecia no universo de empreendedorismo.

E então, em 2016, Maitê criou o BlackRock Startups, um hub de inovação com a missão de capacitar empreendedores negros e ajudá-los no processo para conseguir seu primeiro investimento institucional. Em 2020, a BlackRocks expandiu e criou a Grow Startups, um programa de aceleração que uniu o banco de investimentos BTG Pactual e a rede social de vídeos curtos TikTok. Do processo de seleção, 160 startups se inscreveram e 10 delas foram selecionadas.

Além disso, Maitê foi a primeira pessoa negra a figurar sozinha na capa da revista Veja.

Nina Silva

A carioca Nina Silva trabalha no ramo de tecnologia e é fundadora do MBM (Movimento Black Money), um hub de inovação para inserção e autonomia da comunidade negra na era digital junto a transformação do ecossistema empreendedor negro,com foco em comunicação, educação e geração de negócios pretos. O Movimento busca criar e fortalecer uma rede que permita que pelo menos 30% do dinheiro gasto por pessoas negras circule dentro da comunidade ou vá para empresas de fato comprometidas com a inclusão racial.

O MBM atua com quatro diferentes frentes: Startup BlackUp – um encontro de inovação e tecnologia para pessoas pretas; Afreektch – um braço educacional; Dblackbank – um banco digital e Mercado Black Money – um e-commerce apenas com fornecedores negros.

Pela iniciativa do MBM, Nina recebeu o prêmio People of African Descent (MIPAD100), na ONU (Organização das Nações Unidas), por ser uma das pessoas afrodescendentes com menos de 40 anos mais influentes do mundo.

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