Em primeiro lugar: mulheres sempre trabalharam. Mas, historicamente, eram as responsáveis pela realização do trabalho doméstico e, por isso, um trabalho privado e invisibilizado. No período da Idade Média, entre o século V e XIV, as mulheres preparavam refeições, cuidavam das pessoas enfermas, limpavam espaços compartilhados, entre outras tarefas da casa.
Não existe relato histórico de que as mulheres escolheram isso para si. Essa sempre foi uma imposição vinda das figuras masculinas que usavam de sua força física para manter tudo funcionando conforme queriam. Então o primeiro trabalho da mulher na sociedade foi o do cuidado (trabalho esse que permanece até os dias atuais).
Vale citar ainda que durante parte da Era Medieval as figuras femininas que não se rendiam às tradições impostas pelos homens foram perseguidas e consideradas feiticeiras ou bruxas. Existiu até um manual para caça a essas mulheres, que acabou levando milhares delas para a fogueira. Fonte: SafeSpace
O período histórico a seguir é o Renascimento, dos séculos XV ao XVII, onde as mulheres eram, literalmente, os anônimos. Foi nesse período que as mulheres passaram a trabalhar fora e dentro de casa, desde que mantivessem seus afazeres domésticos em dia. Acontece que aquelas que se sujeitavam a trabalhar fora, não podiam ter seus nomes publicados e a maior parte do trabalho exercido por mulheres nessa época passou a ser nomeado como “autor fantasma” ou “autoria anônima. ”
Ainda, de acordo com o site SafeSpace, a partir de 1601, cresciam os avanços da ciência, mas a participação feminina era negada. A maior parte das mulheres não tinha o direito de aprender a ler, escrever, estudar e se profissionalizar. Até o século XIX (1800 – 1900) não existiam registros de mulheres frequentando universidades.
O resultado dessa diferença é que até trabalhos que antes eram liderados por mulheres, como realizar o parto de bebês que vinham ao mundo, foram tomados por homens, já que eles passaram a se tornar estudiosos. O trabalho da parteira foi substituído pela obstetrícia – setor exclusivo à figura masculina na época.
No campo do intelecto, os avanços das ciências cresciam, mas a participação feminina era negada. A maior parte das mulheres não tinha o direito de aprender a ler, escrever, estudar e se profissionalizar. Até o século XIX (1800 – 1900) não existiam registros de mulheres frequentando universidades.
O resultado dessa diferença é que até trabalhos que antes eram liderados por mulheres, como realizar o parto de bebês que vinham ao mundo, foram tomados por homens, já que eles passaram a se tornar estudiosos. O trabalho da parteira foi substituído pela obstetrícia – setor exclusivo à figura masculina na época.
Foi após a Revolução Francesa e durante a Revolução Industrial que o capitalismo trouxe importantes mudanças para as mulheres. As fábricas surgiram junto ao desenvolvimento da tecnologia e as mulheres passaram a trabalhar dentro do setor fabril em atividades compatíveis com as que exerciam dentro de casa. Ou seja, elas “podiam” trabalhar, porém com o trabalho do cuidado, servindo comida e limpando os espaços.
As condições de trabalho eram degradantes e a remuneração sempre inferior à dos homens. Uma das justificativas masculinas para tal diferença é de que não havia a necessidade de mulheres ganharem mais pois elas tinham quem as sustentasse. No caso, os próprios homens.
O século XX foi aquele em que mais mudanças surgiram na história, em que as mulheres passaram a lutar por serem vistas igualmente, inclusive sob a ótica da lei. Com a globalização e o crescimento econômico no mundo todo, o mercado de trabalho expandiu de forma que, sem a participação de todas as pessoas, a engrenagem não funcionaria. Muitas mulheres passaram a sustentar suas famílias, trabalhar em diferentes áreas do mercado e possuir os próprios planos de carreira.
Porém, as dificuldades encontradas ainda apareciam de forma expressiva. Em 2018, o rendimento médio das mulheres foi 20,5% menor do que o dos homens nos mesmos cargos. E embora tenham passado a trabalhar de forma remunerada, isso não as isentou do trabalho doméstico. Afinal, geralmente são elas as responsáveis por limpar a casa, lavar as roupas, cuidar dos filhos etc. De acordo com pesquisa do IBGE, as mulheres gastam o dobro do tempo dos homens em atividades domésticas. Enquanto eles gastam em média 10,9 horas por semana, as mulheres gastam 21,3 horas.
Para mais notícias acesse: Fique por dentro