Vivemos tempos de profundas transformações, tanto no cenário nacional quanto mundial, que impactam diretamente a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. Em meio a esse contexto, é fundamental refletirmos sobre os desafios que enfrentamos e reforçarmos nosso compromisso na defesa dos direitos daqueles que sustentam a nossa sociedade com seu esforço diário.
No Brasil, a população ocupada tem se mantido em patamares elevados, superando os 100 milhões de trabalhadores, conforme dados da PNAD Contínua do IBGE. No entanto, a qualidade dessas ocupações ainda é uma preocupação central. A taxa de desemprego, que atingiu 6,8% no trimestre encerrado em março de 2025, após registrar uma média de 6,6% em 2024 (a menor média anual desde 2012), demonstra uma ligeira alta no início de 2025, sinalizando que a estabilidade no mercado de trabalho ainda é frágil, apesar dos esforços contínuos que vêm sendo feitos pelo Governo Federal para apoiar a economia nacional e a geração de empregos.
A informalidade, longe de ser apenas um desvio a ser combatido, configura-se como uma realidade estrutural e dinâmica do mercado de trabalho brasileiro. Embora tenha apresentado algumas quedas pontuais, a taxa de informalidade situou-se em torno de 38,1% no primeiro trimestre de 2025, representando milhões de trabalhadores que, muitas vezes, encontram nessa modalidade a única forma de sustento. Compreender as motivações por trás dessa escolha e as necessidades específicas desses trabalhadores é crucial para a formulação de políticas públicas eficazes. O desafio não reside apenas em formalizar, mas em garantir que, mesmo na informalidade, haja acesso a direitos básicos, proteção social e oportunidades de desenvolvimento profissional.
As trabalhadoras continuam a enfrentar barreiras significativas. Em 2024, dados do Relatório de Transparência Salarial revelaram que as mulheres recebiam, em média, 20,9% a menos que os homens para exercerem as mesmas funções em empresas com 100 ou mais empregados. Essa disparidade salarial, que se manteve relativamente estável em comparação com anos anteriores, escancara a persistência da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. A dupla jornada e a maior presença na informalidade e em ocupações de menor remuneração seguem sendo realidades para muitas mulheres brasileiras.
No cenário mundial, as incertezas econômicas e as rápidas transformações tecnológicas continuam a impactar o futuro do trabalho. A automação e a inteligência artificial trazem consigo a necessidade de requalificação profissional e de novas formas de proteção social para garantir que os trabalhadores não sejam deixados para trás.
Nosso compromisso é inabalável: lutar por um Brasil que valorize seus trabalhadores e trabalhadoras, assegurando condições dignas de trabalho, salários justos e a plena garantia dos direitos. É urgente repensar a legislação trabalhista para que ela dialogue com as diversas formas de trabalho existentes, buscando mecanismos de proteção que se adaptem à realidade da informalidade e da crescente flexibilização das relações de trabalho. Precisamos implementar políticas efetivas de igualdade de gênero no mercado de trabalho, combatendo as desigualdades salariais e promovendo a ascensão profissional das mulheres em todas as áreas.
As mulheres, que representam uma parcela fundamental da nossa força produtiva, merecem ter seus direitos respeitados e sua contribuição devidamente valorizada.
A história da luta dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil é uma história de avanços e desafios. Neste momento crucial, reafirmamos nosso compromisso de seguir na defesa de um futuro onde o trabalho seja sinônimo de dignidade, igualdade e oportunidades para todos e todas, reconhecendo a complexidade do cenário atual e buscando soluções inovadoras para garantir a proteção social em todas as formas de trabalho.
Vamos juntos nessa caminhada!