85% dos acusados de abuso infantil são conhecidos da família, aponta pesquisa

No último dia 26, circulou nas redes sociais um vídeo que mostrava uma festa na área externa de uma casa, com adultos e crianças utilizando trajes de banho. Em um dado momento do vídeo, é possível observar um adulto abraçando por trás uma menina, que aparenta ter menos de 12 anos. A criança demonstra resistência e faz movimentos bruscos para se afastar. 

Rapidamente o vídeo viralizou e surgiu à tona a seguinte questão: é possível saber a intenção daquele abraço? Só com as imagens, não é possível. Mas pode-se afirmar que tocar o corpo de qualquer pessoa daquela maneira sem consentimento é inadequado. Especialmente quando se trata de uma criança. 

Logo após a viralização do assunto, pessoas próximas ao homem saíram em sua defesa com o argumento “eu o conheço, ele não seria capaz disso.”

Dados sobre abuso infantil

De acordo com dados do 15° Anuário de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 60.460 estupros foram registrados em 2020 no Brasil. Dos registros, cerca de 53% das vítimas tinham menos de 13 anos. Ainda, 86% são meninas e em 85% dos casos, o autor era conhecido da vítima. 

Os dados a respeito da situação no Brasil trazem um cenário triste: infelizmente, a maior parte das vítimas conhece seus abusadores. 

A importância da escuta

Segundo o FBSP, apenas 10% dos casos são denunciados. Em muitas situações, a vítima tem vergonha do abuso ou medo de duvidarem da palavra dela. Para proteger crianças e adolescentes, existe a Lei da Escuta Protegida, em vigor desde 2018. Em caso de investigação, os menores de idade têm direito a escuta especializada, um procedimento de entrevista que limita o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua finalidade.

O acolhimento de crianças e adolescentes é fundamental nesse processo, gerando um espaço no qual se sintam confortáveis em confidenciar o que aconteceu. 

Como buscar ajuda

O Disque 100 é um número do Governo Federal que dá orientações e registra denúncias de violações de Direitos Humanos. Um dos focos do serviço é em casos de violência contra crianças e adolescentes, principalmente sexual. Funciona diariamente, das 8h às 22h.

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